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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Novas recomendações para aplicação de insulinas

Em 2010 foram publicados os dados das novas recomendações para técnicas de aplicação de insulinas, que vale a pena relembrar e praticar, já que muitas informações já são conhecidas, mas pouco aplicadas.

Tais recomendações foram resultado do trabalho conjunto de 127 médicos, enfermeiros, educadores e psicólogos de 27 países, que reuniram todas as publicações na área desde 1980, bem como estudos ainda não publicados.

Observações gerais

A. O medo da aplicação de insulina, principalmente em crianças, não deve ser desconsiderado e uma técnica ainda pouco utilizada, e com bons resultados, é a demonstração da auto aplicação de solução salina/diluente pelo profissional de saúde e depois pelo paciente. Esta técnica também é útil para os pais conhecerem qual a sensação da aplicação pelos filhos, reduzindo assim a ansiedade da aplicação.

B. O programa de educação para inicio da insulinização deve abordar os tópicos: perfis de ação e conceitos da insulinoterapia; escolha, cuidados e autoexame dos locais de aplicação; técnicas apropriadas de aplicação (rodízios, ângulo de aplicação e uso da prega cutânea); escolha e descarte de insumos.

Locais de aplicação de insulina


Recomendações para aplicação

1. A recomendação para a limpeza do local de aplicação deve ser seguida para locais que não estejam limpos ou se a aplicação for realizada em um local com chances de contaminação (ex: hospitais);

2. As insulinas NPH e as pré-misturas devem ser gentilmente homogeneizadas (misturadas) 20 vezes antes de cada aplicação, garantindo a ação da insulina;

3. Dicas para que a aplicação não seja dolorosa: aplicar a insulina à temperatura ambiente; se utilizar álcool na limpeza do local espere até que seque completamente; tentar utilizar uma nova agulha a cada aplicação;

4. Após a aplicação de insulinas com canetas, contar lentamente até 10 para retirada da agulha. Para doses maiores, pode ser necessário contar até 20 segundos, a fim de evitar perda de medicação. Esta recomendação não é necessária para aplicação com seringas.

5. As agulhas devem ser desconectadas imediatamente das canetas após aplicação (evitar obstrução e contaminação).

6. A insulina regular deve ser aplicada preferencialmente no abdômen para aumentar a taxa de absorção, enquanto a NPH deve ser aplicada, preferencialmente, nas coxas ou nas nádegas, para retardar a absorção e reduzir o risco de hipoglicemia.

Comprimento da agulha

Recentes estudos têm demonstrado que a espessura da pele no local da injeção em adultos com diabetes varia minimamente por características demográficas, incluindo IMC (por exemplo: pessoas obesas têm dimensões semelhantes as da pele de uma pessoa com peso normal ou baixo peso). Outro estudo sobre a espessura da epiderme indicou que a espessura máxima total é de aproximadamente 2,4 mm, independente do sexo, IMC, idade adulta ou origem étnica.

 Recomendações para crianças e adolescentes:
  • Canetas: agulhas de 4, 5 ou 6 mm.
  • Seringas: agulhas de 8 mm (angulação de 45° e prega cutânea).
Adultos (incluindo obesos)
  • Canetas: 4, 5 e 6 mm
  • Agulha de 4 mm: ângulo de 90°, prega dispensável se não for magro.
  • Agulha de 5 mm: ângulo de 90°, prega dispensável se não for magro.
  • Agulha de 6 mm: ângulo de 90° e prega cutânea necessária ou ângulo de 45°.
  • Seringas: 8 mm (ângulo de 90° e prega cutânea).
  • (Se magro: ângulo de 45° e prega cutânea)
Gestantes
  • Sempre fazer a prega cutânea em qualquer local de aplicação
  • Evitar o uso do abdômen como local de aplicação no ultimo trimestre de gestação
  • Em pacientes magras é recomendada a utilização das nádegas como região para aplicação de insulina.
  • Canetas: 5 mm (ângulo de 45°)
  • Seringa: 8 mm (ângulo de 45°) – evitar o abdômen.
Essas novas recomendações reforçam a necessidade da técnica correta de aplicação de insulinas e necessidade de revisão periódica da mesma no processo educacional, na tentativa de se alcançar bom controle glicêmico.

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