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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dieta Saudável para o Coração

Nas últimas décadas tornou-se clara a influência da alimentação no risco de desenvolvermos doenças cardiovasculares. A mídia, ao lado de inúmeras autoridades médicas, abraçou a defesa de uma dieta saudável como elemento chave na prevenção do infarto do miocárdio e do acidente vascular cerebral. Mas quais as características dessa dieta saudável? Há verdades e mitos amplamente divulgados a esse respeito.

Desde a década de 1970 enfatizou- se o combate à ingestão de gorduras. Contudo, as evidências científicas apontam ser mais importante a variedade de gordura ingerida do que a sua quantidade total. As chamadas gorduras saturadas, presentes em produtos de origem animal - tais como laticínios e carnes vermelhas - determinam de fato a elevação do colesterol sanguíneo e um maior risco de doenças cardíacas. Portanto, tais gorduras não devem constituir mais do que 7% do total de calorias da dieta. Outro tipo de gordura, conhecido como gordura trans, é ainda mais danoso à saúde. Cada 2% de aumento na ingestão de gorduras trans duplica o risco de infarto do miocárdio. As gorduras trans estão presentes em alimentos industrializados crocantes, tais como batatas fritas, pizzas, brownies, donuts, dentre outros. Pela magnitude dos danos que trazem à saúde, as gorduras trans devem idealmente ser banidas da nossa dieta.
 
Por outro lado, algumas gorduras são protetoras para o sistema cardiovascular. Dentre elas, as chamadas gorduras insaturadas. Estão presentes sobretudo em alimentos de origem vegetal - como azeite de oliva, óleo de canola, óleo de girassol, castanhas - e em alguns peixes marinhos. A ingestão regular desses alimentos reduz os níveis de colesterol e a incidência de eventos cardiovasculares. 

Alguns suplementos alimentares são propagandeados como capazes de reduzir o nível sanguíneo de colesterol e, por conseguinte, o risco de se desenvolver doença coronariana. Na verdade, poucos desses suplementos têm eficácia comprovada cientificamente, além de serem muitas vezes dispendiosos. 

Por exemplo, a ingestão de certas ervas orientais como o guggul, o arroz vermelho, as margarinas enriquecidas com fitosteróis, bem como o uso do alho ou da proteína de soja não demonstraram efeito consistente na redução dos níveis do colesterol, quando não se diminui simultaneamente a ingestão de gorduras saturadas. Muitos desses suplementos não têm a sua composição padronizada, nem uma garantia sobre a qualidade e a segurança. Portanto, a sua ingestão com o intuito de reduzir os níveis de colesterol e o risco de doenças cardiovasculares não deve ser recomendada.


Dr. Pedro de Azevedo Nunes, Médico
do Centro de Cardiologia do HSL

Fonte: Boletim do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês

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